Quando me propus partir em missão com a PROACIS conhecia os meus encargos imediatos: a viagem para Lima e todas as vacinas necessárias.
Mas agora que já me encontro no Perú, outras despesas têm surgido relacionadas com o processo de permanência por tantos meses no país.
Antes de sair de Portugal, fui à embaixada do Perú em Lisboa, expliquei todo o contexto e mostrei um documento da ONGD. Disseram-me que não era necessário fazer nada, bastava entrar no país e depois trataria de tudo no departamento de Migraciones. Ao entrar, obteria um visto de Turista e depois poderia requerer um visto de permanência mais prolongada.
Mas parece que não é bem assim e deste modo me tenho confrontado com a má organização e burocracia latino-americana.
Já estive nas Migraciones de 3 cidades diferentes (Lima, Chiclayo e Piura), já visitei um departamento de Relaciones Exteriores e todos me dizem coisas diferentes.
Para tal, realizei viagens de muitas horas entre cidades Peruanas. Cheguei a sair para o Equador de modo a entrar novamente e renovar o visto de Turista. Vai dar uma história bonita contar aos netos sobre o dia em que atravessei a pé e de madrugada uma fronteira dentro da selva entre dois países que estiveram em guerra faz pouco tempo, e ouvir do funcionário da Alfândega: “Tú outra vez? Que andas aqui a fazer?”.
Entretanto consegui um contacto em Lima que me poderia facilitar o processo como Missionário Religioso. Mas isso implicaria mais duas viagens a Lima, um custo de expediente, documentos da Diocese, documentos da Interpol, etc...
Mas há uma alternativa: qualquer pessoa que permaneça no Perú mais tempo do que o visto permite, quando sair terá de pagar uma multa de 4 S/. (nuevos soles) por cada dia em excesso: cerca de 1,15€.
Assim, decidi que em vez de gastar vários dias em viagens para sair e regressar à selva e dinheiro em expedientes burocráticos, vou completar o meu voluntariado e quando sair do Perú pagarei a multa dos dias adicionais.
Já confirmei que não existe nenhum problema legal, é uma situação comum. Ficarei impedido de voltar a entrar no Perú durante 5 anos, mas este planeta é tão grande que não penso repetir brevemente :)
Por isso te pergunto: queres apadrinhar a minha missão?
Um cidadão português pode permanecer no Perú como turista durante 3 meses. Necessitarei de permanecer 8 meses mais para além desse período (240 dias).
Calma amigo, estou a planear regressar a Portugal no fim do ano! Todo o dinheiro será usado para me ajudar nas minhas despesas de viagem e vacinação. Se sobrar algum (como espero que aconteça), será gasto para melhorar as condições aqui no Instituto: comprar colchões novos para os residentes, materiais de pintura e limpeza, cortinados para os seus quartos...
Queres ajudar-me a permanecer no Perú? Porque preciso de ajuda.
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