O povo Awajún, também conhecido pelo nome de aguaruna, é o segundo povo mais numeroso da Amazónia peruana. O seu idioma é o mais falado entre os 4 que pertencem à família linguística Jíbaro.
Este povo tem uma forte presença política e organizativa, que se iniciou nos finais da década de 1970, com a criação de importantes organizações indígenas como o Conselho Aguaruna y Huambisa (CAH).
O povo Awajún vive principalmente no departamento de Amazonas, mas também se encontram comunidades deste povo no norte dos departamentos de Loreto, Cajamarca e San Martín. Segundo dados do Ministério da Cultura peruano, a população das comunidades awajún estima-se em 85.000 pessoas.
O povo Wampis tem sido também conhecido pelo nome “huambisa”. Sendo uma designação imposta por estranjeiros, os cidadãos deste povo preferem ser conhecidos por Wampis ou Shuar. Segundo Julián Taish, o nome wampis provem de uma espécia de peixe que, de acordo com relatos deste povo, tem a capacidade de escapar facilmente ao seu inimigo.
A história do povo Wampis está intimamente relacionada com o povo Awajún, com quem compartem uma tradição histórica e cultural. Ambos idiomas pertencem à mesma família linguística (Jíbaro). Como os Awajún, os Wampis são conhecidos pela sua habilidade guerreira e forte resistência oferecida a quem decide invadir o seu território.
O povo Wampis vive principalmente na zona norte do departamento Amazona e Loreto, perto da fronteiro com o Equador. Segundo dados do Ministério da Cultura peruano, a população das comunidades wampis estima-se em 15.000 pessoas.
Aos poucos vou conhecendo este povos guerreiros. Aos poucos, porque não são fáceis de conhecer... são fechados e desconfiados. Mas penso que eu também o seria, depois de assistir a décadas de invasões de mestizos em busca de ouro e petróleo. Ao contrário dos povos Africanos, aqui o conceito de comunidade não é forte. Uma família pode ter 10 filhos e quando um deles se casa vai para longe, em vez de construir a sua casa ao lado dos pais.
Este provérbio Africano, aqui não se aplica.
Não são comerciantes, com o dom da palavra e pedir a um Awajun que abra uma loja ou se apresente é difícil. Mas se sentirem que a sua Floresta e o seu território está em perigo, rapidamente se reúnem em grupo para se defenderem e atacar os invasores.
Os Incas nunca conseguiram conquistar esta zona da Amazónia. É difícil penetrar pela Floresta e não existiam grandes aldeias ou vilas para atacar. Este é um dos motivos de viverem afastados e não criarem grandes comunidades.
O Sendero Luminoso também não teve sucesso por estes lados, nunca conseguiram implementar a sua ideologia comunista.
As coisas começaram a mudar com a chegada da estrada asfaltada há 4 anos. A "carretera", por tantos vista como sinal de progresso, é também a porta de entrada dos problemas da sociedade ocidental. Apareceram os roubos, a prostituição, o tráfico e consumo de drogas. Claro que também trazem mais cuidados médicos, roupas, alimentos... uma história nunca tem apenas um lado.
Os jovens nativos são confrontados com um choque cultural que tem imenso impacto sobre eles.
Abandonam as aldeias na selva, onde são acompanhados e amados pelos seus pais, em busca de mais oportunidades atraídos pelas luzes e ruídos do mundo moderno. Nas vilas e cidades modernas ninguém os apoia, não dominam completamente a língua e são facilmente desviados para maus caminhos. Encontram-se sem as referências culturais essenciais para uma vida em sociedade.
Os valores que são o fundamento de tudo, esse tem sido o meu principal desafio.
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